Proposta do Ministério da Saúde de instalar máquinas de preservativos em escolas de ensino médio divide a opinião até de estudantes que temem ser alvos de piada.
A máquina de camisinha foi desenvolvida por alunos e professores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina. O equipamento tem capacidade para armazenar 500 preservativos. Quando o estoque acabar, um alarme sonoro dispara avisando que está na hora de reabastecer. Apesar de tudo, alunos do Ensino Médio dizem não se sentirem à vontade para pegar o preservativo diante de todos porque temem ser alvos de piadas. “Tenho certeza de que os garotos vão zoar ou achar que é para programa”, diz a estudante Larissa Maio, de 16 anos. Com base nas controvérsias dos alunos, a assessora técnica do Departamento de DST e AIDS do Ministério fez com que as máquinas fossem colocadas em locais onde os estudantes possam retirar as camisinhas com discrição, como por exemplo, nos banheiros, pois o objetivo da máquina é cada vez mais proteger os jovens e até mesmo conscientizá-los, e não ridicularizá-los. Cada jovem terá uma senha para retirar, e o número de acesso é ilimitado. Mas mesmo sendo em lugares estratégicos, pais de alunos não apóiam essa decisão “Com certeza isso vai apenas incentivar o ato sexual entre jovens”, afirma Rita Maio, mãe de Larissa. Para os alunos do 3ª ano, que são mais “velhos”, aceitam isso numa boa “Acho isso normal, pois a revolução sexual vem aumentando sua influência no comportamento das pessoas. Já está mais do que na hora de tirar o véu que protege esse discurso “Rock, Sexo e Drogas” e examinar seus efeitos danosos”. Eles existem! Afirma Jeverson Renato, de 19 anos.
Os diretores que concordam explicam que a dificuldade de aceitação da máquina na escola é o preconceito, porque ela torna algo que todos sabem que existem, mas fingem não ver. Mas há suas controvérsias, diante das opiniões dos diretores, como a do Gestor Adjunto do C. E. Aluísio Azevedo, profº Domingos Sousa Balica, “Essa proposta do Ministério da Saúde, vai incentivar cada vez mais o ato sexual nas escolas ou mais claramente nos banheiros escolares”.
NA FASE DE TESTE, 40 MÁQUINAS FICARÃO À DISPOSIÇÃO DE ALUNOS
Em uma fase inicial, serão instaladas 40 máquinas em Santa Catarina, João Pessoa e Brasília. Em 2011, o projeto deverá ser ampliado para outros estados.
